segunda-feira, 14 de julho de 2014

A musicalidade na sala de aula


A música é uma manifestação artística humana que, segundo pesquisas arqueológicas, se estende desde muito tempo atrás. Pelos registros que os pesquisadores têm, a relação entre música e educação parte da Grécia Antiga; diz-se que a musicalidade, nesta época, era de grande importância no auxílio ao ensino de ética e cidadania.

Apesar de que, de acordo com o avanço nas séries [e na idade], a música vai perdendo espaço no âmbito escolar, dispondo da imensa facilidade com a qual temos acesso à música hoje, é ainda mais proveitoso utilizar-se desse recurso para o ensino dos mais variados assuntos e habilidades.
A música pode servir como ponte entre o conhecimento mais conceitual - isto é, atividades de sistematização e interpretação como, por exemplo, a Matemática, a História, a Biologia - e o conhecimento mais perceptivo - encontrado nas Artes em geral.
E para se perceber um dos efeitos da música em nós, basta lembrar das vezes que você não conseguia tirar aquele jingle político da cabeça e o cantava várias vezes. Assim pode ser na sala de aula. As versões paródicas de músicas bem-conhecidas proporcionam melhor memorização do conteúdo linguístico. E isso tudo é reforçado pelo fato de que, além de ter o "poder" de nos deixar felizes, a música estimula a criatividade, a integração e a sensibilidade aos conteúdos curriculares.

Ensinar língua(s) através de uma ferramenta magnífica como a música é tornar o aprendizado significante. O aluno, ao conseguir cantar determinada canção, poderá sentir-se apto a aprender outras, o que o levará a adquirir vocabulário, internalizar estruturas gramaticais implicitamente e se desenvolver cognitivamente.

Um método bastante interessante para o professor explorar, direcionado à língua inglesa, são os Jazz Chants de Carolyn Graham. Essas atividades são direcionadas à entonação, ao ritmo e à forma do American Spoken Language (Inglês Americano Falado). Através desta técnica, reproduzimos os sons da língua-alvo de maneira similar aos sons do cotidiano de forma lúdica e ritmada, com o auxílio, na mais simples das ocasiões, de apenas movimentos corporais, como o bater das mãos e dos pés. É importante realçar que para que a atividade seja melhor aproveitada, a linguagem utilizada deverá ser significativa, isto é, "fazer sentido" para o aluno: linguagem do dia-a-dia, importante para a comunicação, de acordo com a motivação dos alunos, ou do conteúdo proposto em sala de aula.
Vale a pena conferir esta entrevista com a professora Graham sobre o assunto (áudio em inglês, com legenda em inglês):






E pra quem estiver estudando a música na sala de aula e quiser ter um aporte teórico interessante, é bom ver o artigo [e suas referências] disponível em:
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/3066/000331440.pdf?sequence=1

Bons estudos.


Referências:

GRANJA, Eduardo Carlos de Souza Campos. Musicalizando a escola: música, conhecimento e educação - São paulo. Escrituras Editora, 2006.

Música: entenda porque a disciplina se tornou obrigatória na escola. http://educarparacrescer.abril.com.br/politica-publica/musica-escolas-432857.shtml Acesso em 14/07/14