Todos que já passaram pelo ensino fundamental sabem como
são terríveis as aulas de sintaxe, mais especificamente, a análise sintática.
Nós professores corremos o risco de pecar no ensino do assunto e os alunos de
não aprender como deveriam. Isso acontece porque a análise sintática não é um
assunto tão objetivo, os termos podem mudar de posição na frase por causa de
questões de estilo e até mesmo de variações linguísticas.
Não tá entendendo nada, né?! Depois digo onde quero chegar,
mas por enquanto, vamos adiante...
Fui professor de língua portuguesa durante um ano e
preparei alunos para a prova do Instituto Federal do estado; a porcentagem de
alunos que alcançaram boas notas em língua portuguesa foi razoável. Mantive
contato com os alunos e corrigimos as questões. Para a minha surpresa (nem
tanto), as questões nas quais houve mais erros foram as de análise sintática.
Percebi também que os alunos que se dispuseram dos esquemas que utilizei para
ensinar a análise sintática se sobressaíram nessas questões e alcançaram
melhores notas. Agora quero compartilhar minhas experiências. Mas quero que
fique bem claro, são só ideias, o que não significa que alguém DEVA fazer
assim.
Nesse artigo pretendo falar sobre a transitividade dos
verbos explicada com desenhos. Desenhar é uma forma de chamar a atenção dos
alunos; e fazer bonecos de stick não
é nada complicado: faz a cabeça, puxa o tronco e faz palitinhos para as pernas
e braços. Então, vamos lá. Ah!, não esqueça de personalizar os bonequinhos.
Faça olhos gigantes, sorrisos assustadores, barba, boné, e o que sua
criatividade mandar.
Quanto a sua transitividade, o verbo se divide em quatro
(se excluirmos o verbo de ligação). Pense assim: se um carro está parado, não há trânsito; se este carro se move
até o seu destino, há trânsito (no
próximo artigo explicarei melhor essa do carro).
O mais simples é o INTRANSITIVO (repare, não há trânsito de
informações). Nesse tipo, o verbo não precisa chegar até o seu destino (OBJETO),
sendo assim, não há trânsito. Veja:
Exemplo:
Léo caiu.
A
oração não precisa de nenhum complemento para ter significação completa
(segundo a gramática normativa). Léo caiu e pronto. Ninguém precisa saber da
vida dele, ou como ele caiu (se houvesse essa informação, haveria também um
adjunto).
Outra
face da transitividade são os Verbos TRANSITIVOS. Nessa face, o verbo requer a
chegada ao seu destino, ou seja, se faz necessário um complemento verbal. Por isso, eles se dividem em três menores
tipos, os Transitivos DIRETO, INDIRETO e DIRETO & INDIRETO (sim, direto e
indireto ao mesmo tempo). Não se assuste, não é tão difícil como você pode
estar pensando.
O
Verbo Transitivo Direto (VTD) é
nomeado assim porque tem um complemento verbal exigido pelo verbo que se
denomina OBJETO DIRETO. Para que o objeto seja DIRETO, o verbo não exigirá,
além do complemento, uma PREPOSIÇÃO. Aposto que você já deve estar pensando:
-“Nossa, ‘tá’ ficando chato, esse negócio de preposição eu não sei o que é”. Os
gramáticos de renome, Bechara, Cegalla, Cunha & Cintra, têm um conceito um
tanto complicado para novos entendedores, sendo assim vou tentar simplificar.
“Preposição
é aquele vocabulozinho que une os termos de uma mesma oração. É a própria
preposição que, na maioria das vezes, dá o sentido dessa união.”
Se eu dissesse “Marcos vai o carro”, o que estaria faltando? Sim, a preposição, que poderia ser “de” ou “para”, o que mudaria o sentido da união entre os termos “vai” e “carro“ (o artigo “o” é apenas um determinante e não tem valor sintático significativo).
Exemplo:
Marcos chutou a bola ou Marcos chutou alguém.
O segundo subtipo é o Verbo Transitivo INDIRETO (VTI), que ao contrário do VTD exige uma preposição. Vejamos:
“O
cientista + gosta + de + sua namorada” ou “O cientista + gosta + de + sua bola
de futebol”.
O
verbo gostar, por funcionar como TRANSITIVO INDIRETO, exigirá, neste caso, a
preposição “de”, portanto, teremos um objeto INDIRETO.
Lembre-se: Verbos Intransitivos (VI) não têm Objeto (O); Verbo Transitivo Direto (VTD) sempre tem Objeto Direto (OD); Verbo Transitivo Indireto (VTI) tem Objeto Indireto (OI); e Verbo Transitivo Direto e Indireto... bem, vamos ver agora.
“O
cientista + tomou + uma bola nova + de + Sofia” ou “O cientista tomou de Sofia
uma nova bola”.
O
verbo “tomar” requer que Alguém (o cientista) tome algo/alguém (uma bola nova)
de (preposição) alguém (Sofia). Pode-se dizer, então, que o Verbo Transitivo
Direto & Indireto (VTDI) vai precisar de dois objetos, sendo que um deles sempre
será DIRETO (uma bola nova) e o outro INDIRETO (Sofia).
É
isso, espero que tenham gostado. Qualquer dúvida/crítica/sugestão é só
comentar. Até a próxima!